terça-feira, 18 de setembro de 2012

CRE de Vilhena realiza chamada pública para compra de produtos da agricultura familiar


GÊNEROS ALIMENTÍCIOS SERÃO UTILIZADOS NA MERENDA DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO MUNICÍPIO

A Coordenadoria Regional de Educação de Vilhena (CRE) realizou na manhã da quinta-feira (13) a última chamada pública trimestral de 2012 para fazer o registro de preço de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural a serem adquiridos pelas escolas estaduais para uso no cardápio da merenda escolar.
A reunião ocorreu no auditório da CRE com a presença de produtores rurais, de representantes de cooperativas e da Emater, dos prestadores de contas das 14 escolas da rede estadual em Vilhena e dos técnicos responsáveis pelo Programa de Alimentação Escolar (Pale) e Prestação de Contas da CRE. 
Na abertura da reunião, o coordenador da CRE/Vilhena, professor Edson Soares Nogueira, disse que as escolas vêm oferecendo alimentos cada vez mais saudáveis e com mais qualidade aos alunos. Ele ainda ressaltou a importância dos agricultores familiares neste processo de transformação dos hábitos dos estudantes. “Se continuarmos sempre melhorando a merenda escolar, a tendência é que os alunos deixem de consumir os alimentos industrializados das cantinas das escolas.”
Na ocasião, os agricultores ofertaram bolacha caseira, frango, leite pasteurizado (tipo C), laranja, tomate, pimentão, abacaxi, alface, couve, cebolinha, mandioca, abóbora e bananas nanica, prata e da terra. Atendendo à legislação pertinente, as escolas ficam autorizadas a comprar pelo preço registrado em ata. Para fixar os valores de venda dos alimentos às escolas observou-se o menor preço para cada produto apresentado pelos participantes da chamada pública e o valor médio dos mesmos produtos no mercado local.
O preço do abacaxi, por exemplo, foi estabelecido em R$ 1,50 a unidade, valor bem menor do que a média do mercado, que é de R$ 2,90 a unidade. A banana também ficou mais barata do que a vendida pelo comércio local. As escolas vão comprar banana nanica e prata a R$ 2,00 o quilo e a banana da terra a R$ 2,80 o quilo, enquanto o preço de mercado pela mesma quantia gira em torno de R$ 2,30 (nanica), R$ 3,25 (prata) e R$ 2,80 (da terra)
Trimestralmente, as escolas estaduais de Vilhena consomem, em média, 11 toneladas de alimentos provindos da agricultura familiar. Essa quantia representa apenas 15% do total dos gêneros alimentícios utilizados na merenda das 14 escolas estaduais. Mas, de acordo com o responsável pelo Pale da CRE/Vilhena, José Venâncio da Silva, os agricultores poderiam vender pelo menos o dobro dessa quantidade.
A Lei n° 11.947/2009 prevê que “do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas”.
“O problema é que os agricultores que participam da chamada pública não têm produtos suficientes para atender essa demanda de forma contínua como manda a legislação”, justifica José Venâncio. “Diante dessa impossibilidade de fornecimento regular e constante dos gêneros alimentícios, a observância do percentual poderá ser dispensada”, destacou.
Para fornecer seus produtos à alimentação escolar as cooperativas, associações e agricultores familiares devem possuir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que é uma espécie de identidade do agricultor familiar para acessar as políticas públicas como, por exemplo, o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
O Pronaf é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, que financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária.
Em Rondônia, a Emater é a entidade credenciada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para coordenar a mediação entre os agricultores e as instituições  


Texto e Foto - Jovino Lobaz
nor

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