TEMA FOI DESENVOLVIDO NA AULA DE CIÊNCIAS COM ALUNOS DO 7° ANO DA ESCOLA CECÍLIA MEIRELES, EM VILHENA
Seguindo
a política de elevação da qualidade do ensino público em Rondônia,
instituída pelo Governo Confúcio Moura, professores de escolas estaduais
vêm desenvolvendo projetos educacionais e firmando parcerias que visam
complementar os estudos dos alunos da rede pública. A professora de
ciências Jessenice Neves, da Escola Estadual Cecília Meireles, de
Vilhena, é um desses educadores engajados no processo de melhoria da
educação. Para desenvolver um de seus projetos, ela contou com o auxílio
do Corpo de Bombeiros.
Depois
de terem tido aulas de ciências com conteúdo sobre artrópodes (aranhas,
escorpiões e lacraias), insetos e répteis peçonhentos, cerca de 90
alunos do 7º ano do ensino fundamental, divididos em dois grupos,
tiveram palestras com os bombeiros J. Soares e André Sousa nas quais
aprenderam a identificar e se proteger de possíveis ataques de animais
venenosos.
Em
sua aula, o soldado André Sousa deu maior ênfase aos cuidados que se
deve ter ao se deparar com cobras ou ser picado por elas. E, sob os
olhares atentos dos estudantes, ainda desfez certas lendas que
contribuem para aumentar o medo das pessoas em relação a esses répteis.
“O convívio com as cobras pode ser muito pacífico”, destacou.
“Esses
bichos só atacam quando pisados ou se sentem ameaçados pela nossa
aproximação. Em outras circunstâncias, eles preferem fugir do contato
com o homem. Tem gente que pensa que cobra corre atrás de pessoas. Isso
também não é verdade. O que pode ocorrer é uma coincidência no rumo da
fuga. Por fim, é muito fácil se defender de uma cobra. Basta manter
alguma distância que já se está protegido, pois o raio do bote de uma
cobra se estende à metade do comprimento dela. O ataque de uma cobra de
um metro, por exemplo, atinge, no máximo, meio metro de distância”,
tranquiliza.
Sousa
também orientou os alunos a não matar as cobras, por três motivos
principais: para preservar o veneno do qual se extrai o próprio soro
antiofídico, manter o controle da cadeia alimentar animal e respeitar a
lei brasileira. “Cobras comem, principalmente, roedores e anfíbios. Se
acabarmos com elas, a população de suas presas aumentaria, tornando-se
prejudicial tanto ao meio rural quanto urbano. Além disso, ficaríamos
sem ter como produzir o antídoto contra as toxinas que atacam o
organismo. Além do mais, matar animais silvestres é crime ambiental
inafiançável. Dá processo judicial e até cadeia”, alertou.
Uma
das dúvidas era quanto à diferença entre a falsa coral e a coral
verdadeira. “Agora aprendi que há cruzamento entre as duas espécies.
Assim, não é seguro acreditar que alguma delas não seja venenosa, mesmo
apresentando características de falsa coral”, disse um dos alunos.
Segundo o palestrante, a cobra coral tem hábitos noturnos, vive a maior
parte do tempo em cavidades subterrâneas e é a terceira mais letal do
planeta. E aconselhou: “Sempre que algum de vocês se
deparar com uma coral trate-a como verdadeira para evitar acidentes que
podem ser fatais.”
Os
alunos também aprenderam a identificar diversos tipos de cobras pelas
peculiaridades da cabeça, cauda, escamas, cores e forma mandibular.
Também estudaram o comportamento delas no habitat natural e os sintomas
causados pelo veneno da jararaca, cascavel, surucucu, caninana, entre
outras espécies. E ainda receberam orientação quanto aos procedimentos
corretos no momento de dar os primeiros-socorros. “Peçam sempre a ajuda
de um adulto”, salientou Sousa. “E nunca permitam fazer torniquete em
membro afetado por picada de cobra. A concentração do veneno pode piorar
ainda mais a situação clínica da parte infectada.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário